Há 31 anos iniciou-se o projecto que para muitos era um sonho. Portugal fez parte da primeira edição do programa Erasmus, que hoje conta com mais de 30 países envolvidos no intercâmbio universitário. Estudar num país estrangeiro é uma oportunidade incrível. Mas nem todos os estudantes têm conhecimento dos benefícios que fazer Erasmus pode trazer para as suas vidas. Os alunos do sul da Europa são os que atribuem maior importância a este programa. E os portugueses estão entre eles. Segundo dados da Comissão Europeia, em 2015, Portugal tinha 337 507 alunos no ensino superior, dos quais 8033 participaram no programa Erasmus. Desde que esta iniciativa foi criada, cerca de 120 mil estudantes portugueses já saíram do país.
Os jovens partem de todas as regiões do território nacional, mas as universidades com mais alunos são as que, claramente, fornecem mais participantes. As universidades de Lisboa, Porto e Coimbra são as que envia mais estudantes para fora. E a maior parte dos participantes são mulheres licenciadas. Os estudantes portugueses preferem uma estada mais curta, entre três e seis meses, do que uma um pouco mais longa, de seis a doze meses. E a maior parte dos participantes nacionais são mulheres.
Segundo a Comissão Europeia, um ano após a conclusão da licenciatura, os estudantes que fizeram Erasmus têm maior probabilidade de estarem empregados. Esta é uma oportunidade única de viver no estrangeiro durante algum tempo, de aprender ou melhorar um idioma, de partilhar casa com pessoas de diferentes culturas e de adquirir novas habilidades interpessoais. Mas, é claro, sair da nossa casa nem sempre é fácil. O programa Erasmus é muito mais do que simplesmente estudar noutro país ou conhecer pessoas novas. É uma forma de descobrir uma característica sua que pensava não existir. Saiba como fazer parte desta comunidade.
Mais informações:
»esn.org
»erasmusmais.pt
»ec.europa.eu/programmes/
»erasmus-plus/node_pt
Sem grandes surpresas, a Espanha é o principal destino escolhido pelos alunos portugueses para estudar no estrangeiro. E, é claro, que a pequena barreira linguística é um dos factores com mais influência na escolha – apesar de ser sempre aconselhável tirar um curso de nível básico para poder comunicar melhor com os nossos vizinhos do lado. Não se pode negar que a Espanha é um país com um enorme orgulho na sua tradição e cultura. E são exactamente essas as melhores experiências que aqui se pode viver. Sem ter de viajar para muito longe, existe uma comunidade de Erasmus com excelentes condições e um ambiente fantástico. Os alunos locais estão sempre prontos a ajudar os recém-chegados, com um copo de tinto de verano na mão. Não vão faltar festas e viagens para conhecer outros estudantes. Nunca esquecendo o cochilo – a famosa siesta – depois do estudo. Por todo o território espanhol existem diferentes universidades que recebem alunos em Erasmus. Aqui todas as cidades estão bem conectadas e existe uma boa rede de transportes públicos, principalmente autocarros e comboios. E à semelhança de Portugal, a maioria dos alunos gasta em média entre trezentos e quatrocentos euros por mês, dependendo da região onde vivem, claro. Barcelona é uma cidade cosmopolita e com um ambiente único, onde existem diversas universidades públicas e privadas. Aqui encontra a instituição mais antiga da Catalunha, a Universidade de Barcelona (UB), e a Universidade Politécnica da Catalunha. A cidade de Saragoça tem tudo o que precisa para se sentir em casa, apesar de não ser considerada uma cidade grande. Pode inscrever-se na Universidade de Zaragoza ou na Universidade San Jorge.
Mais informações:
» spain.info/en_US/
» ub.edu/web/ub/ca/
» upc.edu/ca
» unizar.es
» usj.es/
A Itália é cada vez mais popular entre os estudantes portugueses. É o segundo país que recebe mais alunos nacionais e o número tem aumentado nos últimos anos. A barreira linguística é um pouco maior do que em Espanha, mas não é incompreensível. A popularidade de Itália entre alunos de Erasmus não é surpreendente. O país transpira multiculturalidade e é o berço do actual sistema de ensino superior ocidental. Ou não estivesse aqui a instituição mais antiga da Europa – a Universidade de Bolonha. Participar num programa de Erasmus não é apenas ir estudar no estrangeiro, é descobrir uma nova cultura e região. E quando se trata de Itália, tem o privilégio de morar perto de monumentos distinguidos pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade.
É muito fácil viajar de comboio pela Itália – existem 77 estações ferroviárias. A cidade de Milão é uma bela escolha para quem procura diversão e estar dentro das últimas tendências da moda. A Universidade de Milão e o Politécnico di Milano têm uma grande diversidade de cursos. Em Roma uma das melhores universidades para estudar é a Universidade Sapienza de Roma. Em Trieste a noite é sempre jovem, existe uma grande oferta de bares e eventos diários nas ruas.
Mais informações:
» italia.it/en/home.html
» unimi.it/
» polimi.it/
» uniroma1.it/it/pagina-strutturale/home
A diferença da língua não é impedimento para que este seja o terceiro destino mais procurado pelos alunos portugueses. Mesmo que o idioma polaco não seja o seu preferido, pode muito bem utilizar o inglês para comunicar. Grande parte da população vai entender as suas questões, em especial nas maiores cidades. Aqui a tradição académica remonta a 1364, quando o rei Casimiro, o Grande, mandou erguer a Academia de Cracóvia, hoje conhecida como Universidade Jaguelónica – uma das mais antigas do mundo.
A maioria das universidades disponibiliza cursos em diferentes línguas (cerca de 700), para facilitar a aprendizagem dos estudantes em Erasmus. Várias áreas de estudos são consideradas excelentes e existem mais de cinco mil cursos no país. É bastante acessível, em termos financeiros, estudar na Polónia. Em comparação com outros destinos europeus, o custo de vida é baixo e os transportes públicos são baratos. A cultura e a histórica polaca são bastante conhecidas em todo o mundo. O país é o berço de vários compositores clássicos e artistas cinematográficos distinguidos com prémios de renome. O entretenimento é um das palavras-chave na Polónia. Até se torna difícil escolher entre a enorme diversidade de festivais, feiras e concertos.
Estudar em Cracóvia é uma experiência única. A cada esquina que contorna vai encontrar grupos de estudantes a conversar ou a partilhar apontamentos. E durante a noite, os bares enchem-se de vida, não existindo uma noite de descanso. Se pretender um ambiente mais relaxado pode sempre visitar o distrito Judaico. Estudar durante um semestre na Universidade Jaguelónica ou na Universidade de Ciência e Tecnologia AGH de Cracóvia são duas das opções.
Mais informações:
» visitpoland.com
» en.uj.edu.pl
» es.agh.edu.pl
Caso não pretenda apreender checo, russo ou outro idioma eslavo, o inglês é muito utilizado no sistema de ensino e no dia-a-dia. Principalmente por estudantes e turistas. Não precisa de um semestre inteiro para sentir a atmosfera vibrante e cultural do país. Ao explorar o centro histórico de qualquer uma das cidades, vai apaixonar-se pelos edifícios antigos e pelos monumentos que adornam as ruas estreitas.
O apoio prestado aos alunos estrangeiros é prioridade máxima no país e há cursos para todas as preferências. O preço dos alimentos, das bebidas e dos transportes é baixo e um dos principais motivos para a escolha deste destino. À semelhança de Portugal, existe um grande culto em torno da cerveja e é um pretexto para qualquer celebração. Vai sempre encontrar grupos de estudantes a partilhar uma cerveja (ou duas).
De todas as cidades, Praga, Brno e Olomuc são as principais escolhas para estudar fora durante um ou dois semestres. Em Praga a recompensa cultural é maior, mas é em Brno que vai encontrar a verdadeira animação e diversão. Nestas regiões pode encontrar a Universidade Karlova de Praga, a Universidade Masaryk (Brno) e a Universidade Palachy (Olomuc).
Mais informações:
» czechtourism.com/pt/home
» cuni.cz/UKEN-1.html
» muni.cz/en
» upol.cz/en
A Holanda não é popular apenas entre viajantes, mas também entre estudantes de Erasmus. É mundialmente conhecido por ter sido o primeiro país a legalizar o casamento gay e o consumo de marijuana, mas também pelas várias formas de pensamento livre. A vida estudantil tem grande importância na cultura holandesa e nos campus universitários é possível encontrar tudo o que precisa, a qualquer hora do dia. É um país pequeno, onde mais de dez por cento da população estudantil é constituída por estudantes estrangeiros. Mas apesar do seu tamanho, a Holanda tem um sistema de ensino superior bastante inovador, focado na experiência e na prática. Talvez seja por isso que pode encontrar aqui mais de 140 nacionalidades.
Quase em todas as regiões do país, as lojas, os supermercados e os restaurantes estão fechados ao domingo. Por isso é importante que não se esqueça de comprar tudo o precisa antes do fim de semana. Embora a Holanda seja acessível, é melhor sempre trazer um pouco mais de dinheiro consigo, em caso de emergência. O estereótipo de que os holandeses gostam de andar de bicicleta não é um mito. Onde quer que vá existem ciclovias. Se não souber ou não andar com frequência, é melhor que se habitue ou aprenda. O norte e o sul do país são bastante distintos, por isso a escolha da cidade pode influenciar, e muito, a sua experiência. Haia é a sede do governo holandês e Roterdão alberga o maior porto da Europa. Estes são os destinos preferidos dos alunos portugueses quando fazem Erasmus na Holanda. A Universidade de Haia e a Universidade de Erasmus de Roterdão são duas das opções.
Mais informações:
» holland.com/global/tourism.htm
» eur.nl/en
» thehagueuniversity.com/
O quinto destino mais popular entre os portugueses que pretendem estudar no estrangeiro é a Alemanha. As universidades oferecem ensinos teórico e prático excelentes e estão entre os melhores da Europa. Sendo uma grande potência, os títulos universitários alemães são altamente respeitados por todo o mundo. Nas cidades, pode movimentar-se de dia ou de noite, sempre com uma enorme sensação de segurança.
Ao contrário do que é esperado de um país com salários elevados, a Alemanha difundiu a ideia de gastos partilhados pelos cidadãos. Partilhar uma casa com tudo incluído ronda os cerca de 350 euros. E se cozinhar em casa pode ainda economizar mais para as saídas, já que existe um espírito de festa constante entre os estudantes. A grande quantidade de pubs, discotecas e eventos ao ar livre atrai um impressionante número de pessoas. Mas atenção, nunca se atrase. A pontualidade na Alemanha não é simplesmente uma característica, é quase um culto. A ciclovia alemã está bastante desenvolvida e liga várias cidades do país. É uma óptima escolha para descobrir novas regiões e para se deslocar para a universidade. Sempre a horas.
O território alemão é vasto, mas Berlim e Munique destacam-se quando se fala em estudo e diversão. Se não acredita, basta visitar o bairro de Neukoln, em Berlim, ou o bairro de Glockenbachviertel, em Munique, para comprovar por si mesmo. E não se pode esquecer de que a cerveja faz parte da cultura germânica. Pode passar o seu semestre na Universidade Humboldt de Berlim ou na Universidade de Munique Ludwig-Maximilians.
Mais informações:
» germany.travel/pt/index.html
» hu-berlin.de/en
» en.uni-muenchen.de/index.html
Sem ter de viajar para muito longe, a França é um dos destinos de eleição entre os alunos portugueses do ensino superior. A Arte e a Arquictetura são dois grande pilares da história e do ensino francês. Mas também a Engenharia e a Gestão de Negócios merecem atenção. O país conta com mais de 200 universidades de Engenharia e mais de 220 universidades de Gestão. Aqui pode trabalhar enquanto estuda, desde que tenha uma licença provisória. A integração nos grupos de estudantes franceses pode não ser fácil, mas tem sempre imensas festas para conhecer outros alunos estrangeiros.
Não há outro lugar como a França quando se fala de cultura – particularmente de museus, monumentos ou patrimónios mundiais distinguidos pela UNESCO. E, é claro, também pelo prestigiado vinho que é produzido em quase todas as regiões do país. Os quilómetros de vinhas são uma excelente opção para aproveitar um dos seus fins de semana. Aqui, viver dentro do orçamento pode não ser uma tarefa fácil, mas é possível. No caso de muitos estudantes que cozinham em casa, comprar fruta e legumes frescos em pequenas mercearias de rua é uma das possibilidades.
Lyon e Bordéus são óptimas cidades para estudar e têm muito para oferecer. Mas Paris, sem dúvida, é a melhor escolha para estudar em França. Foi eleita por várias vezes a melhor cidade estudantil do mundo e é um autêntico centro educacional e cultural. E não se preocupe, que a agitação nocturna não o vai decepcionar. O seu semestre pode ser passado na Universidade Jean Moulin, em Lyon, na Universidade de Bordéus ou na Universidade Panthéon-Sorbonne, em Paris.
Mais informações:
» univ-lyon3.fr
» u-bordeaux.com
» pantheonsorbonne.fr
O destino que acolhe mais de 200 mil estudantes internacionais todos os anos é também um dos favoritos dos alunos portugueses. Centro cosmopolita com uma grande diversidade multicultural e grande mercado internacional, este é um dos destinos com melhor ensino superior. No Reino Unido há mais de 390 universidades e existem mais de 50 mil cursos em cerca de 25 áreas temáticas. E não se esqueça de que precisa de ter um bom nível de inglês para os frequentar.
Aqui não há espaço para o tédio. As festas, os eventos sociais e os convívios entre alunos de Erasmus são constantes. Sem nunca esquecer a vida nocturna e as diferentes alternativas para beber qualquer coisa. Uma oportunidade de conhecer uma nova cultura através da perspectiva de outro estudante. Vai perceber que se calhar não é o único a viver num lugar estranho. O futebol é um dos grandes pilares da cultura inglesa. Assim, não pode mesmo perder a oportunidade de assistir a um jogo da Premier League, nem que tenha de levar os livros atrás. O Reino Unido é uma união entre quatro países – Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. Com tanta diversidade cultural pode tornar-se difícil escolher a melhor cidade para estudar. Manchester, Edimburgo e Londres estão entre as principais escolhas dos alunos portugueses. Mas é na capital inglesa que pode viver a melhor experiência de Erasmus. Ouça música alternativa em Camden Town ou beba um copo de vinho nos luxuosos restaurantes do Soho. Há opções para todos. A Universidade de Manchester, a Universidade de Edimburgo e a Universidade College Londo (UCL) são as que recebem mais estudantes.
Mais informações:
» visitbritain.com/us/en
» manchester.ac.uk
» ed.ac.uk
» ucl.ac.uk
Ao contrário do que se possa pensar, esta é uma opção popular entre os estudantes portugueses. Para estudar na Roménia é aconselhável que tire um curso linguístico básico antes da viagem. Assim poderá estar preparado para as aulas que são todas leccionadas em romeno. Caso tenho dificuldades com este idioma, há aulas de apoio a estudantes estrangeiros e os professores normalmente explicam alguns aspectos em inglês.
As paisagens são diversas: de cenários montanhosos a quilómetros de costa banhada pelo mar Negro. Os preços são um pouco mais baixos do que em Portugal, o que pode ser um factor importante na escolha final do destino. E não desespere, aqui não falta festa e diversão. Só precisa de ter energia suficiente. Tanto em Bucareste como em Oradea o custo de vida é muito baixo. É possível viajar e descobrir todas as regiões do país sem grandes custos. No centro de Oradea pode encontrar pubs como o Bodega ou o Gekko. E em Bucareste pode sempre visitar o bar Shoteria ou a discoteca Player Club. Se a sua escolha for estudar durante um semestre na Roménia, a Universidade de Bucareste e a Universidade de Oradea têm excelentes cursos e são óptimas opções.
Mais informações:
» romaniatourism.com
» en.unibuc.ro
» uoradea.ro/Universitatea+din+Oradea
Embora não seja tão conhecido como outros destinos europeus, em termos de estudos, este tem um ambiente seguro e amigável. E é cada vez mais popular entre os estudantes portugueses.
O ensino superior húngaro tem uma longa história e tradição. A primeira universidade foi fundada em Pécs, na região sul da Hungria, no ano de 1367. Hoje existem mais de setenta universidades reconhecidas internacionalmente e algumas até ocupam lugares nos principais rankings universitários do mundo. Para quem tem mais dificuldades, há vários cursos de inglês específicos para alunos estrangeiros.
Encontrar alojamento na Hungria é muito fácil e acessível. Quase todas as universidades têm residências ou dormitórios para albergar os estudantes. Mas se essa não for a sua vontade, o núcleo de Erasmus ajuda-o a encontrar um quarto para si. E não precisa de apertar muito o orçamento pois vai encontrar tudo a preços baixos. Aqui a vida estudantil é muito forte e existe uma grande presença de jovens. E caso não tenha aulas no dia seguinte, as festas só acabam ao amanhecer.
Acredite, não vai precisar de passar muito tempo em Budapeste ou em Debrecen para se sentir familiarizado com as cidades e com os locais. Mas não pense que as actividades acabam rápido. Durante o dia pode encontrar os estudantes espalhados por bibliotecas, cafés e restaurantes. Mas à noite a história é outra e estabelecimentos como o Szimpla Kert e o Fogas Ház ficam lotados. Um semestre ou dois neste país cativante é a experiência de uma vida. A Universidade Eötvös Loránd (Budapeste) e a Universidade de Debrecem, na Hungria, são as principais escolhas dos estudantes.
Mais informações:
» hellohungary.com/en
» elte.hu/en/
» unideb.hu/en
Fonte: voltaoamundo.pt